Uma linha fundamental explorada no texto de Meyer-Stamer diz respeito à relação entre política e território, que tem ganhado destaque na agenda de formulação da política regional européia nos últimos 20 anos. Sem dúvida, o aspecto central detalhado no texto diz respeito às economias de aglomeração (ou os chamados distritos industriais), ou ainda, aos fenômenos de Clusters. Ao apresentar tais ambientes como espaços dinâmicos da atividade produtiva, o autor chama atenção para a sua centralidade como territórios baseados numa estrutura de competitividade sistêmica, sobretudo por sua capacidade de gerar e reproduzir cadeias de valor e por apresentarem-se como lugares privilegiados para as políticas de inovação tecnológica por parte das diversas instâncias governamentais. A utilidade desse trabalho para a disciplina “Políticas de desenvolvimento regional na UE” segue a lógica do papel que os distritos industriais desempenham como localidades específicas da economia, seja para a reprodução de ganhos de escala, seja no consumo de bens intermediários necessários a atividade produtiva, representando localidades de fundamental atenção no desenvolvimento de políticas públicas integradas e coesas em âmbito continental. Ao citar a experiência dos pactos territoriais na chamada terceira Itália, assim como a experiência alemã na região de Baden-Wuttemberg, o texto mostra a importância que tais regiões apresentaram na medida em que associaram o desenvolvimento de seus territórios à uma maior coordenação entre os responsáveis diretos pelo dinamismo econômico, a saber, o empresariado, os trabalhadores e os governos locais.
Renan Leonel - 4ºRIV
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