As questões que envolvem as localizações territoriais ganham destaque na década de 50, quando estudiosos da área, como Keepler, começaram a analisar a relação entre os lugares periféricos, longe dos centros de aglomeração, e o desenvolvimento e dinamismo econômico. Neste período acreditava-se que o fator locacional era determinante para que uma região fosse economicamente atrativa no cenário regional. Com isso, os demais fatores eram deixados para um segundo plano como se não fossem tão importantes para o desenvolvimento local.
Andrew K. Copus analisa a situação da União Européia com o intuito de demonstrar que a determinação de uma local como “periférico” pode não ser essencialmente espacial. A fim de comprovar tal afirmação ele calcula o coeficiente de correlação entre o PIB por trabalhador e o indicador de periferia espacial e encontra o valor de 0,31, o que significa que um não depende tão estritamente do outro. Isso não que dizer que o fator locacional contribua para a acessibilidade da região, mas sim que há fatores não espaciais que possuem papeis relativamente importantes para tornar uma região atrativa. Na EU pode-se observar que na maioria dos casos as regiões menos industrializadas e dinâmicas não de encontravam nos extremos do continente.
Como exemplo dos demais fatores que contribuem para o desenvolvimento regional pode-se citar a infra-estrutura em transportes e comunicação, mudanças estruturais na produção de manufaturas para consumo e rapidez no comércio eletrônico. Além disso, o governo nacional, as empresas e a capital são indispensáveis no processo. Na Europa, pode-se notar que normalmente regiões rurais periféricas se destacam mais do que o esperado pela sua localização enquanto as regiões urbanas periféricas possuem menos dinamismo. Entretanto não se pode generalizar tal análise, já que há exceções.
Com isso podemos concluir que apesar de uma região se encontrar ilhada aos grandes centros urbanos ela pode desenvolver a sua economia localmente e se tornar apta às necessidades de sua população. Um governo eficaz verifica em quais setores há necessidade de investimento e se é favorável abrir sua economia à concorrência externa. O mais importante a se lembrar é que em um mundo no qual a distância se torna cada vez menos não se pode ais afirmar piamente que uma região será ou não desenvolvida economicamente somente pela sua localização.
Ana Carolina Gobbo - 3RIN
Nenhum comentário:
Postar um comentário