segunda-feira, 16 de agosto de 2010

..."ânimo de plasmar uma linguagem-convite para uma viagem".

(...) Meu sonho era um pequeninho sonho meu / Agora entre o meu ser e o ser alheio a linha de fronteiras se rompeu. (Wally Salomão)

Transcendendo a noção, até então utilizada, no que se refere a relação território e desenvolvimento, Andrew K. Copus analisa a equação espaço versus desenvolvimento trazendo para o debate novas nuances. As idéias simplistas de centro (desenvolvimento) e periferia (não-desenvolvimento) teriam perdido seu fôlego explicativo, face a uma série de fatores contemporâneos. O autor trata dos processos de reorganização espacial da atividade econômica e dos novos elementos que estão implicitamente relacionados ao desenvolvimento local. Ainda que fatores, tais como características espaciais e distância, estejam ainda relacionadas ao desenvolvimento local em certa medida, existiriam, segundo o autor, outros determinantes (indicadores) importantes que mereceriam atenção. Destacam-se a tecnologia (incluindo as redes de informação e comunicação fomentadas pela mesma e o uso que se faz delas), as infra-estruturas em rede (sejam elas empresariais ou de origem comercial), o capital social, o governo territorial e o grau de integração entre as redes locais. Todos eles seriam responsáveis por encurtar distâncias - cada qual com seu peso e relevância. Quero dizer, a distancia física parece não ser mais “o” fator predominante / preponderante no desenvolvimento de dada localidade. Assim, o dinamismo local se daria em condições ao menos “atrativas”. Ressalta-se, entretanto, que Copus tem o foco de sua análise voltado para a Europa. Ou seja, sua analise visa transcender as concepções tradicionais da relação território e espaço mas, estando restrita a dada região, talvez não caiba ser aplicada a outros contextos. Em se tratando de Relações Internacionais, ainda que outras localidade munam-se de planejamento, gestão (publica e privada) e articulem estratégias para seus desenvolvimentos – como sugere o autor -, tal fórmula só caberia ao contexto de uma região protagonista das RI, que pouco tem a ver com aqueles que sempre estiveram a margem. Assim, a analise de Copus continua sendo um “pequenino-sonho”, já que pelo menos dentro da academia, a linha de fronteiras não se rompeu. Ainda.

Tamiris Hilário - 3ºRI/N

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