Diante da tendência seguida pela União Européia nos últimos tempos de ampliação (não só de número de membros, mas também de capacidades e competências) e de fortalecimento, as pesquisas do autor, juntamente com o GEPE, evidenciam características do bloco que devem ser observadas a fim de se desenvolver todo o potencial do mesmo.
Assim, defende-se a suma importância da manutenção da coesão dentro da UE, e da evitação do surgimento de assimetrias em seu interior. Essa coesão adota três tipologias, a econômica, a social e a territorial. A pesquisa vem a evidenciar a tendência do bloco europeu a privilegiar a defesa da coesão econômica e da social, deixando a desejar no aspecto do mantenimento da coesão territorial do bloco. São apontadas diversas explicações para tal fenômeno, sendo a principal delas o foco que se dá às grandes cidades, no interior dos países membros, não se tomando ações suficientes nas cidades da periferia. É importante lembrar que tal tendência não reflete em estatísticas negativas ou mesmo menos positivas sobre o crescimento do bloco, já que a melhoria das capitais acabam por mascarar, com seus números mais que satisfatórios, a possível falta dessa mesma melhoria nas cidades periféricas de seus países. Por isso mesmo o texto traz uma nova informação notoriamente intrigante, e nos faz refletir que, quando nos são apresentados números de crescimento e do suposto sucesso da União Européia como bloco, devemos analisar se tal progresso não acaba por trazer benefícios reais apenas para o chamado "centro" do bloco, estando a periferia apenas à mercê dele.
A conclusão a que se pode chegar é que se coloca com importância ímpar para o real sucesso de um bloco econômico como a UE que sejam observados os três aspectos de coesão: social, econômico e territorial. Tal tarefa não é de simples realização, e deve ser tentada com extremo cuidado e atenção, já que se impões certo risco a cerca da consequência que medidas em busca de um aspecto da coesão pode ter na manutenção de outro. Uma ação que busca coesão econômica, por exemplo, pode beneficiar algumas regiões em detrimento de outras, acabando, pois, por minar a coesão social e territorial do bloco.
Bruno Garcia Tomáz 3RIV
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