segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Por uma coordenação entre políticas econômicas, sociais e territoriais


Num contexto em que os formuladores das políticas de desenvolvimento têm notado a importância cada vez maior de se ater às especificidades locais, a articulação entre o local/regional, o nacional e o internacional torna-se fator crucial nos processos de desenvolvimento regional.
No entanto, a prática revela dificuldades imensas no que tange à realização de tal articulação. O problema torna-se ainda maior quando o desenvolvimento regional está vinculado à integração em blocos de países. Ao analisar a União Européia, podem-se notar assimetrias muito grandes no interior de seus países-membros. Logo os esforços para coordenar a redução das assimetrias nacionais dentro da União Européia devem estar diretamente coordenados com os esforços para o desenvolvimento menos assimétrico dentro dos países que compõem o bloco.
Sugere-se então, uma combinação de abordagens ascendente, que visa às especificidades locais, e descendente, que aborda as questões estruturais, as quais devem equilibrar-se para que um desenvolvimento mais igualitário seja atingido. Porém, estando ainda cada país responsável por seu desenvolvimento territorial, a homogeneidade do bloco passa a depender do grau de comprometimento de cada Estado-membro o que certamente não será homogêneo.
Pode-se, então, questionar se a crise que abalou o euro nos últimos meses pode ter sido decorrente desse descompasso entre o desenvolvimento do bloco. Se o grau de comprometimento dos diferentes Estados-membros vem sendo satisfatório. E se o desenvolvimento desigual dentro dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) poderia ter sido fator de criação ou aumento da vulnerabilidade desses países dentro da Zona Euro.
Diante de tais questionamentos podemos ver que mesmo em um bloco de avançada integração, a questão do desenvolvimento regional ainda se coloca como um grande desafio a ser enfrentado. E a integração territorial mostra-se como “peça chave” para a consolidação da integração regional.
Nayara Costa 3º RI Vesp.

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