domingo, 22 de agosto de 2010

Perifericidade Espacial, Perifericidade não espacial e a Questão das Ilhas.

O texto “Los nuevos factores para el desarrollo de los territórios: marco teórico y metodológico” intenta em um primeiro momento estabelecer o significado de perifericidade espacial a fim de determinar o seu nível de correlação com o desenvolvimento econômico em determinada região. O grau de perifericidade espacial será maior ou menor de acordo com a variação de alguns elementos, dentre eles: os custos de transporte, a incidência de economias de aglomeração, o nível dos custos de provisão de serviços, a capacidade de influência sobre as decisões políticas que afetam o território, as taxas de inovação ou iniciativa empresarial.


Em seguida, a partir da comparação dos níveis de perifericidade espacial com o PIB por trabalhador (esse como representativo do nível de desenvolvimento econômico) em determinadas regiões, chega-se a conclusão de que não há necessariamente um alto de grau de correspondência entre esses dois aspectos; em grande parte dos casos não se verificou uma correlação positiva entre eles. Assim, ficou constatado que a perifericidade espacial não se mostra capaz de, por si só, explicar se uma região é ou não desenvolvida economicamente e, deste modo, emerge o conceito de perifericidade não-espacial. São três grupos de processos que tem importância na desvinculação o dinamismo econômico da localização espacial: a melhora na infra-estrutura dos transportes e comunicações; a contínua expansão do setor de serviços, com o declínio da produção pesada; e o advento do comércio eletrônico. A perifericidade não-espacial é determinada em termos de: qualidade das infra-estruturas das novas tecnologias de informação e telecomunicações; qualidade das redes empresariais locais; qualidade do capital social; e a qualidade das estruturas institucionais locais.

As questões acima discutidas podem ser mais bem entendidas se utilizarmos o exemplo das ilhas. Frequentemente situadas nas periferias espaciais dos centros de poder político-econômico, as ilhas são, em muitos casos, lugares de econtro e transição, pontos de apoio nas rotas internacionais de comércio e de circulação de pessoas. Limitadas a um pequeno território a um quadro de relações mais ou menos fechado, estes espaços foram gerando processos importantes de interação com o exterior que, inevitavelmente, se ampliaram no presente contexto de reforço das interações globais, no quadro de um mundo globalizado.

 
Ricardo Sanchez Toniollo - 4101508

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