Pode-se ver que os projetos tanto da rede URBAN, discutidos na semana passada, como os do INTERREG, visam ampliar a coesão econômica e social dentro da União Européia a partir do reconhecimento dos problemas enfrentados por cada região. Nota-se também, que a cada projeto há uma maior aproximação do local, o que nos permite concluir que a integração regional só pode avançar, a partir do reconhecimento, não somente das particularidades dos países, mas também das regiões que os constituem.
Esse olhar para si estando em contato com o outro, é o que permite a construção das identidades coletivas e individuais. Dessa forma, pode-se dizer que na UE, o processo de integração levou os países a se conhecerem melhor diante do desafio de construírem um projeto de integração comum. Ao trabalhar com as regiões fronteiriças dos países candidatos, vê-se, inclusive, uma tentativa de antecipação da resolução de um problema que ainda não começou a existir.
No entanto, quando se afirma que a atuação nas fronteiras dos países não-candidatos é mais complexa, pode-se notar uma transferência dos problemas fronteiriços intra-UE para as fronteiras extra-UE. Nesse ponto, pode-se questionar se estaria realmente sendo construída uma “coesão territorial” no continente europeu, ou se a intenção seria somente fortalecer o bloco, enquanto potência, às custas da criação de um verdadeiro sistema de integração dento da Europa.
A implementação dos projetos tem sido bem sucedida na redução das disparidades econômicas e sociais dentro da UE, mas fica o questionamento se tudo isso faz parte de um processo maior de construção da “coesão territorial”, ou se as aspirações de integração restringem-se aos dois primeiros pilares.
Nayara Costa 3º RI Vespertino
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