segunda-feira, 18 de outubro de 2010

As políticas estruturais e os territórios da Europa - Cooperação sem fronteiras

A supressão das fronteiras econômicas na União Européia e a liberdade de circulação deram às regiões fronteiriças novas oportunidades de cooperação para além dos limites nacionais, levando em conta as particularidades de cada localidade envolvida. Constituiu-se, com isso, um elemento essencial para a integração européia e para a coesão econômica e social, tendo-se obtido progressos consideráveis neste domínio nos últimos apesar de, por muito tempo, não ser solida a cultura de trabalhar em conjunto (ainda mais em termos espontâneos) seja por heranças do passado ou obstáculos contemporâneos. No fim das contas, nenhuma região pode conceber o seu desenvolvimento num quadro estritamente nacional e isso é fomentado pela iniciativa Interreg, uma vez que esta visa o favorecimento do desenvolvimento integrado das zonas transfronteiriças e um ordenamento do território europeu mais harmonioso, através do estabelecimento de uma rede de programas com o fim comum: a coesão.
Das leituras realizadas até o momento, pode-se dizer que a queda do Muro de Berlim em 1989, significou um marco histórico: o mundo de potências e blocos antagônicos, de arranjos e rearranjos de macro-alianças, não existiria mais. Uma série de fenômenos não teria produzido, segundo o Geertz, apenas a sensação de “uma nova ordem mundial”, mas um sentimento de “dispersão, particularidade, complexidade e descentramento”. “As temidas simetrias da era do pós-guerra desarticularam-se e nós, ao que parece, ficamos com os pedaços”. Geertz, afirma que precisaríamos, não de idéias grandiosas nem do abandono completo das idéias sintetizadoras, mas de modos de pensar receptivos às particularidades, às individualidades, às estranhezas, descontinuidades, contrastes e singularidades. Uma pluralidade de maneiras de fazer parte e de ser e que possam extrair deles – dela - um sentimento de vinculação que não é abrangente nem uniforme, primordial nem imutável, mas que, apesar disso é real. É neste sentido que a UE parece caminhar. E é só.
Tamiris Hilario 3ºRI/N

***As palavras de Geertz foram usadas, em certa medida, fora de seu contexto.
GEERTZ, Clifford. Nova Luz sobre a Antropologia. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro

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