Como o próprio folhetim diz "A União Europeia gera 43% do seu produto econômico em apenas 14% do seu território, onde reside cerca de um terço da sua população". Dessa forma, tem que haver a outra face dessa moeda, locais que geram pouca riqueza, e é exatamente onde agem as políticas de coesão da União Européia.
Essas políticas de coesão mostraram-se bastante eficaz, quando analisamos a melhora dos países beneficiados em seu começo, como Portugal, Irlanda, Espanha e Grécia. O sucesso dessa política se deve a alguns princípios adotados. Um bom exemplo é a descentralização dos programas, já que as principais diferenças não são entre países, mas muitas vezes ocorrem enormes disparidades entre diferentes regiões do mesmo país, necessitando-se assim de uma abordagem mais localizada e específica; além disso, em alguns casos, a região deficitária envolve mais de um Estado. Outro exemplo é a objetividade dos programas escolhidos, com prioridades definidas e objetivos traçados que buscam números e taxas a serem atingidos. A transparência também é outo fator apreciável dessa política, pois cobra sempre relatórios sobre a evolução dos programas com base em dados estatísticos unificados e escolhidos por uma central, além da divulgação para a população desses resultados através de diversos meios de comunicação. Aqueles programas que possam conter falhas ou desvios correm o risco de perderem seu financiamento e também há a possibilidade de uma recuperação do montante investido pelos Fundos responsáveis (são eles majoritariamente o Fundo de Coesão, Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e o Fundo Social Europeu).
Porém, com a entrada de novos países no grupo (notadamente Estados-membros com grandes déficits nas áreas da economia, meio ambiente e de infra-estrutura), esses novos membros passaram a ser o principal foco dessas políticas, tirando do primeiro plano os países já citados Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, já que a disparidade dentro do bloco que havia antes se tornou ainda maior. Evidentemente que esses novos membros necessitavam do auxílio desses fundos para integrar suas áreas mais atrasadas, aproximando-as da média do bloco. Entretanto, apesar dos números apontarem uma clara evolução dos indicadores naquelas regiões auxiliadas a mais tempo, talvez essa divisão dos fundos e mudança de foco tenha prejudicado uma possível conclusão dessa integração que já estava em curso. Se os números apresentados já são bastante significativos, podemos supor que, se houvesse uma conclusão dos programas pré-existentes antes da adoção de novos nessas áreas recém incorporadas, as primeiras regiões beneficiadas já estariam integradas, com um produto econômico maior e até contribuindo mais para recuperar essas novas áreas de maneira mais efetiva a partir de então.
Arthur Rehder da Cunha Patuci - 3ºRIV - 4100308
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