O documento que nos foi dado, "Parceria entre as cidades: o caso da Iniciativa Comunitária URBAN" foi uma leitura de extrema valia. Exemplos concretos de que uma outra maneira de fazer as coisas é possível, de que a teoria pode se encontrar com a prática. Neste post não gostaria de apenas descrever o texto, mas comentar algo que chamou a minha atenção: a participação popular, local.
A iniciativa, que já tem em seu próprio nome a palavra comunitária, trata-se de uma abordagem integrada para combater os problemas que assolam as grandes cidades da União Européia. Integrada porque os problemas não acontecem isoladamente - falta de competitividade no sentido de força para impulsionar o desenvolvimento, desemprego, degradação física, baixos níveis de educação que existem nas grandes cidades são frutos de outro problema citado, ao mesmo tempo em que geram este problema: a exclusão social, tal qual um círculo vicioso. Os criadores do projeto perceberam isto, e não obstante, as iniciativas são postas em prática em bairros periféricos, onde não por coincidência, vivem o maior número de imigrantes e população pobre. Não adianta apenas atacar via uma frente quando tudo se está interligado, e, muito menos, assumir posturas e políticas públicas verticais, jogadas de cima para baixo por autoridades que desconhecem por completo a realidade daquele microcosmo.
Isto me surpreendeu na Iniciativa URBAN, me levando a repensar toda a questão da Coesão Social: tal coesão é horizontal. A população não simplesmente recebe um auxílio, mas sim participa através de consultas locais da sua própria execução, do seu planejamento estratégico. Imigrantes recebem um tratamento que leva em consideração suas especificidades, suas culturas distintas, é um modo de integração de fato, sem tentativa de assimilação (assim espero) - um convite à participação, não à exclusão do Outro. Um convite ao desenvolvimento comunitário e não predatório.
Houve uma espécie de encantamento com a iniciativa e me pego pensando se tal iniciativa em larga escala poderia ser implementada no Brasil. Ainda não consegui chegar a uma resposta.
Alessandra Beber Castilho 3º RI Vespertino RA 4100108
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