Considerando o peso que o termo carrega, entendemos que, mesmo as regiões mais afastadas, fisicamente, dos grandes centros europeus aproveitaram seu potencial - com auxílio das políticas de coesão territorial da União Europeia - e conseguiram se integrar à dinâmica.
No entanto, existem as regiões que possuem carater de perifericidade extrema. São elas: Ilhas Canárias (Espanha), Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, Saint Barthélemy e Saint Martin (França), os Açores e a Madeira (Portugal). Se encontram mais distantes do continente europeu, e, por este fato não partilham do mesmo desenvolvimento. Podemos considerá-las então como realmente periféricas em seu amplo sentido.
É interessante para Espanha, França e Portugal, e para a UE como um todo, que se mantenham estes territórios sob suas possessões. Manter a ideia de que "a Europa continua além mar", não apenas por questões de maior posse territorial, mas por tudo que isso representa: maior influência espalhada pelo mundo, vizinhança americana, africana; condições fisicas, climáticas diferentes - o que poderia ser aproveitado como condições de diversificação de produção, conferindo maior competitividade a estes países -, maior diversidade cultural, econômica entre outros aspectos mais pontuais.
Ocorre que, as regiões e departamentos ultramarinos europeus ainda são mais identificados por colônias do que propriamente por pertencimento territorial e identificação com o poder central.
Seria mais interessante que Espanha, França e Portugal se empenhassem mais no desenvolvimento dessas regiões periféricas.
São reconhecidas as dificuldades relativas aos territórios em questão, como distância, insularidade, massa terrestre reduzida, terreno e clima adversos, mas caberia ao poder central vinculá-los mais diretamente a uma realidade européia, na medida do possível. E isso quer dizer, promover mecanismos de desenvolvimento da economia local, proporcionar especialização para criação de capital humano, capital conhecimento, desenvolver o setor de transportes, indústria, ou seja, dar-lhes as mesmas atenções de seus territórios mais próximos, de modo a compartilharem de um mesmo desenvolvimento
Priscila Haddad
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