quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estratégias de desenvolvimento local e regional: clusters, política de localização e competitividade sistêmica

Em seu texto,  Jörg Meyer-Stamer discorre sobre os fatores estratégicos que possam auxiliar estratégias de desenvolvimento local e regional. Estes fatores são retirados através de experiências europeias em sua maioria.
O primeiro fator seria a promoção de clusters e distritos industriais. Segundo o autor, um cluster seria capaz de desenvolver um local através de suas vantagens passivas, relacionadas à localização, e através de vantagens ativas: concomitantemente com políticas de ação coletiva e/ou governamental, a região onde está localizado um cluster conta com um aumento de serviços como laboratórios e escolas que fomentem a pesquisa e o desenvolvimento local. Meyer-Stamer divide os clusters em três tipos diferentes: cluster de sobrevivência, cluster fordista e cluster transnacional.
O segundo fator concerne as políticas de localização e promoção econômica, ou seja, a manutenção e promoção das empresas já residentes no local e atração de novos investidores e empreendedores. Tais políticas de promoção econômica - se haverá um foco maior nas empresas residentes, em novos investidores e/ou novos empreendedores, está intimamente ligada com a situação econômica e de desenvolvimento do local. Além disto, os fatores de localização são importantes, tendo que oferecer condições objetivas - algo mais ligado à geografia e condições subjetivas - aí é fundamental o papel do Estado para fomentar tais condições de modo que as empresas sejam atraídas para uma determinada localidade.
O terceiro fator diz respeito à competitividade sistêmica, onde mais uma vez o autor confere a importância do Estado e da sociedade civil na promoção da competitividade empresarial.


O texto aborda a questão do desenvolvimento econômico de modo muito interessante - remando contra a corrente da "mão invisível", vê-se que a interação entre o Estado e as empresas privadas é extremamente necessária para o desenvolvimento local. Porém tenho as minhas questões: como aplicar estas políticas em países em desenvolvimento, como o Brasil? Na Europa, a tradição de pequenas e médias empresas, ou de pequenas propriedades rurais, já está consolidada, levando a uma formação de clusters que cooperam entre si, além de uma tradição da presença do Estado nas mais diversas áreas. Além disso, o planejamento urbano e políticas educacionais existem independentemente da criação destes clusters ou das políticas de promoção econômica.
Como então, nos países em desenvolvimento, aproveitar a interação do Estado e as políticas públicas que vêm junto com  a promoção de empresas e clusters de modo a estas políticas não ficarem dependentes do setor econômico, como por exemplo, fomento apenas para criação de escolas técnicas ou apenas formações profissionalizantes? Ou fomento a pequenas e médias empresas, que ao que se pode ver no Brasil, estão muito mais associadas aos clusters de sobrevivência? Visto que o próprio processo histórico da formação do Brasil - e outros países em desenvolvimento - diferem do processo histórico europeu. Enquanto na europa havia a questão da pequena e media propriedade rural, nos países colonizados por europeus em sua maioria, eles pregavam o contrário, com a formação de latifúndios e concentração de capital e tecnologia? Uma tradição que pode ser enxergada até hoje, mesmo no nível industrial. 

Faço minha leitura e saio com mais perguntas que respostas. Espero que ao longo do curso consiga respondê-las.

Alessandra Beber Castilho - 3º RI Vespertino. RA 4100108



 

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